segunda-feira, 14 de março de 2011

Coração ao fundo

No fundo do meu coração
duvidoso
vejo nesses meses
mais gostos e sabores
as mulheres mais afáveis
e seus deliciosos olhos
a comida de minha mãe
ainda mais sem palavras
a bebida e meus amigos
com forca de união

No fundo do armário
do meu coração
chora o rio e rio pela musica
brasileira
de minhas rádios mentais
e por todas as cores
que vejo nas ruas
e remolejos de encontros
e desencontros
por mensagens que voam
e palavras que aterrizam
felizes pelos ares e terras
da minha cidade
e de tantas outras

No fundo desse coração
não existe engano,
discórdia ou desatenção
existe, talvez, preguiça
a preguiça de amor
que cede ao pecado
gostoso
existe, talvez, a condição
de homem
que hora pensa no amor,
hora no dinheiro
para viver o amanha
e também o depois,
hora no que realmente
sente prazer em fazer
esse duvidoso
patamar de prazer
e, hoje, a duvida
que por opção
chega sempre
no mais profundo do ser
a escrita, as artes,
a musica, a comida,
o futebol, a sociologia
e o entender
de o que 'e o homem
entram nesse patamar
no que eu tento gostar
e sempre
sempre enchem
a alma (e a inexistência dela)
porque 'e isso mesmo
que nos toca
esse mundano, ordinário
esse simples e lindo
isso que nos faz
renascer e chorar
de alegria ou emoção
esta condição simples,
porem tocante,
que nos aproxima
e tenta fazer entender
porque se mata por amor
porque se dorme de pavor
porque um ídolo ou um Deus
e mais do que tudo que somos
somos o mais simples
e complexo
teor da evolução
por isso ainda choro
e ainda rio
com abraços e duvidas

No fundo do meu coração
parece que la
sou mais brasileiro que aqui
parece que la
tem algo mais de especial
isso, sem considerar
a tentação total
o auge de todo homem
a mais querida criatura
a mulher
e todo o seu amor, esplendor

Tudo o que quero
e algo mais concreto
nesse remolejo incrível de vida.