quarta-feira, 18 de maio de 2011

Chile

Fotos de estranhos
das aguas gélidas
e vazios horizontes
do meu querido Chile
minha linda américa
aqueles dias
salpicados a jaiba
a sal, a frio,
a eventuais encontros
com o mais divino
a beleza
o nao explicar
a perfeicao de suas
formas ondulares
a forca e energia que
me mantinham abaixo
e que me levavam ao
céus de extasis
quando em cima
me jogavam
metros e metros e metros
a deslizar...hora suave,
hora euforico
tudo a sua merce
a merce de seu fundo
e que contemplar
essa luz de fim ou inicio
de tarde
e essa busca pela melhor
massa de empanada, peixe
melhor vinho para
tragar o dia e
reconhecer o aqui,
o agora e o hoje
para evitar escrever
e viver
essa grande e historica
aventura pessoal
sim
de chegar a esse imenso
negro de céu e acampar
baixo essas estrelas
do sul, criolas,
autoctonas, de campo
a pular da pedra e sentir
o cranio tremer
o remar dificil
de dedos abertos
e deslizar, hora suave,
hora euforico
e por fim sorrir
sentir endorfina
essa energia de
nome cientifico
dada por ondas e ondas
que carregam consigo tudo
e entregam por breves
momentos
breves momentos
nosso corpo
funciona como
canal
somos um, todos
saudade, remorso
as vezes remorso
por nao realizar
o aqui e agora
atencao!
realize o aqui,
o agora
saudades lindas
de todo esse sentimento
de todo esse mar
sozinho e lindo
esse mar inexplorado
guardado
e que, se tudo fosse
uma ilha como Pala
se tudo fosse, uma utopia
uma conexao
continuaria intocada
poucas cabecas ainda habitam
sua linda costa
de carneiros, porcos e cavalos
a beira mar
seus poucos caminhos
que ainda aguentam
a terra batida
seus vira-latas a rondar
saudades e ainda volto
pra passar horas
limpando conchas
esperando secar suas
aguas tomando
o liquido da uva
seu vinho
esperando o amor
fazendo dele a vida
saudades e mais saudades
inexperadas e, por um tempo,
mentidas e escancaradas
saudades de minha cabeca
molhada de agua e sal
e meu copo nunca vazio
minha sala cheia
meu quintal cagado
saudades e saudades
minha america, meu sul,
meu coracao
palavras sao pouco
bracos abertos
a sua bendicao

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ela do café

Ela olha profundo
no olhos dele
enquanto estudam
o quer que seja
seu cabelo limpo
e pele sedosa, lavada
as sombrancelhas bem feitas
boca com brilho, molhada
seu interesse esta além
coloca números na calculadora morta
e pergunta se multiplica ou soma
seus olhos imaginam
e nao conseguem fugir
dos olhos dele e das suas maos
e seu peito e pulso
na sua sua cabeca ela
em lencois sujos
recebe dentro seu pinto
branco e duro
e sua buceta
molhada e latejante
um meio sorriso, um meio
frisar de testa, um meio de dor,
de satisfacao
de orgasmo futuro
ele agora fala alguma coisa
e a imaginacao dela dissipa
ela tem que responder
sorrindo
um nao sei o que de assunto
o colegio, a pessoa, o professor
e ela mexe em suas costas
mostrando um pouco do colo
branco, com pintas, suave
que espera por maos
violentas e gentis
e que apertam e arranham
e ela se ajeita na cadeira,
mostrando as pernas
e agora com a boca cheia
tagarela sem parar para, talvez,
secar sua buceta
e sua cabeca
do liquido do desejo
e sua boca agora já
nao sente ou pensa
fala coisas sem sentido
para que nao exista mais nada
para que seu desejo
vire uma outra energia
pede um croissant
come com forca, rapido
devora um pedaco de queijo
e este, é o seu desejo
do momento
ele nao percebe ou
tem uma namorada ou
é gay ou
nao sabe
muitas vezes nao sabe
o que ela sabe
e que agora já sabe
que nao quer mais
já sentiu que ele nao vale
como homem de cama
homem de forca
e sensibilidade
ela fecha os livros, serena
e vai pra casa
neve cai
pela ruas de Montreal
ela sobe escadas
com tapetes
e agora abre sua porta
pra receber
ares quentes e umidade
pra se sentir molhada
querida e desejada
e tirar a roupa
cheirar sua calcinha
molhar a boca
com agua gelada da pia
depois se olha no espelho
e seu unico desejo basta
no banheiro abre a agua
enche a banheira
e aquele seu corpo
retorcido, mas suave
entra
e colora seu rosto
esquenta suas veias azuis
nesse dia frio,
nessa condicao humana.